Tudo o que há de melhor para cada um dos Amigos, mesmo que seja uma simples rosa!
E esperamos que em 2006 nos encontraremos todos no último fim de semana de JUNHO!
Um dia regressei a esse inesquecível marco da minha vida. Com outros como eu me reencontrei. Aí me detive algum tempo... E que tempo! Não mais quero deixar de revisitar esse local, feito de pedras vivas e significados mágicos para a minha existência... E QUE DIRÁS TU?!... Não deixes que outros comentem por ti!
VALE, P. Francisco dos Anjos Fernandes – Nasceu
Fonte: Vale, Virgílio O. (2003). Vinhais, Póvoa Rica de Homens Bons. Porto: Edição do Autor, p. 61, com adaptação.
Do seu livro “O Problema da Luta de Gerações” (1992: 101), já na Síntese Final, extraímos uma passagem altamente reveladora do seu espírito crítico e brilhante, face à verdadeira comunicação entre pessoas. Que beleza nestas palavras, de promessa, a jovens alunos de Jornalismo, tão oportunas para os dias de hoje:
“A comunicação humana – tão modernizada, na sua técnica, e tão inexistente na sua realidade íntima e profunda – exige um processo pelo qual alguém ou algo se compartilha, se torna comum.
Não basta, portanto, o conversar muito que actualmente se verifica, mas sem comunicação, por causa do medo, desconfiança e dos esconderijos usados, em todos os planos da vida!...
Que formoso, extraordinário e libertador é, vai ser a experiência de aprender a ajudarmo-nos uns aos outros! Nunca se insistiu bastante, na imensa necessidade que todos temos de ser realmente escutados, tomados a sério, compreendidos…
A psicologia moderna considera indispensável esta prática de vida, também nas escolas, porque é assim, em todas as actividades e convivências.
Neste mundo, ninguém pode crescer em liberdade, sem se sentir compreendido, pelo menos, por uma pessoa. Para isso e para ser cristão por gosto, pela Nova Evangelização, vamos fazer, todos, melhores treinos da nossa comunicação; prometemos ficar convosco, certos da vantagem de automaticamente descobrir o novo rosto de Deus – aquele rosto verdadeiro que convence e dá gosto, para crescer e ser livres de verdade!...”
E passados quarenta anos, o caloiro confessa-se ao claustro inesquecível:
- Ainda criança sonhei no teu berço,
Devaneei com fantasmas e ilusão!
Hoje, quando a bruma é espessa e invencível,
Escuto o eco deste nostálgico coração,
Que desfia confidências como Avé-Marias de um terço,
E te segreda com tanta confiança:
- Lembrarei o claustro da amizade,
Ainda que de tecto velho e pardacento;
Considero-te um mar de bonança,
E, como tu, meu primeiro mecenas,
Quero que todos os caloiros, às centenas,
Sejam felizes e livres como o vento!
Publicado em Alves, F. Cordeiro (2002). Entre Vertigens e Amores. Ed. Câmara Municipal de Vimioso
“Na fachada pode ver-se o escudo real com as armas de D. Maria I que, em 1777, se dignou aceitar o padroado deste Monastério.
Logo no átrio, podemos ler duas lápides, uma de cada lado da porta da igreja. Uma diz:
‘Fundou este Seminário José de Morais Sarmento, Fidalgo da Casa Real, Mestre de Campo e natural desta Vila de Vinhais, no ano de MDCCLII. Cedeu o Padroado dele nas mãos de Sua Majestade e faleceu no ano de MDCCLXII.’
Do outro lado da porta, pode ler-se:
‘Sua Majestade Fidelíssima aceitou o Padroado deste Seminário e tomou para sempre o seu real nome e no de todos os seus sucessores debaixo da sua régia e imediata protecção no ano de MDCCLXXVII.’
Quer isto dizer que o edifício foi mandado construir no reinado de D. José I, mas o seu Padroado foi aceite só pela Rainha D. Maria I.”
CINQUENTA ANOS!!!
Há cinquenta anos, dávamos entrada
Neste Seminário p’ra novo caminho,
Com um fato escuro e a alma lavada,
Com frescor de cardos, cheiro a rosmaninho.
1.
Palavras pesadas, silêncios medonhos,
Foram-nos moldando a irrequietude,
Os gestos, o viço, os delírios e os sonhos,
Em nome da lei de uma santa virtude.
2.
Por ela sonhámos altares, incenso,
Cravámos as unhas num corpo odiado;
Quisemos ser lírio num corpo retenso
Com a seiva em luta com Deus e o Diabo.
3.
Por ela passámos momentos aflitos
De horrores, de inferno, de enxofre e tortura;
Por ela calámos, humildes, contritos,
Gritos de revolta, ansiedade e censura.
4.
Por ela nos davam números concretos
Da medida exacta do nosso valor,
Como se uma escala medisse os afectos,
Os gestos, os sonhos, o medo e a dor.
5.
O mundo lá fora, morria nos muros.
Cá dentro nem cores, perfumes, nem danças
(Que os olhos deviam permanecer puros),
Nem beijos, sereias, feitiços, mudanças.
6.
Como era previsto - defeito do gesso
Que não suportou a perfeita moldura -
Partimos daqui, viagem sem regresso,
P’ra abrir outras brumas, florestas, lonjura.
7.
Talvez nos ficassem da velha moldura
Uns restos de fibra, de luz e de braços
Com que removemos, na nova aventura,
Muralhas e silvas, brumas e sargaços.
8.
Aqui estamos hoje como caminheiros
Que, lassos, evocam da vida a jornada
E sentem saudades de ver companheiros
E as marcas dos passos da primeira estrada.
Os BRAVOS de 1947-1948:
João Manuel Gonçalves, Parada - Bragança; João Baptista, Zoio; António Manuel Subtil, Grijó de Parada; Francisco António Pires, Parada; Francisco António Pires, Varge; Armindo dos Santos Afonso, Carrazedo; Ângelo dos Santos Vaz, Zoio; Henrique Augusto Fernandes, Vilarelhos; Armando Augusto Morais, Vila Nova; Aníbal Armando Inocêncio, Vilarchão; António Joaquim Baptista, Cerejais; Júlio dos Santos Morgado, Picões; Manuel Maria Cardoso, Linhares; Mário Albino Borges, Paradela - Car.; António Júlio Topete, Carviçais; Manuel Augusto Corredeira, Freixo de Espada à Cinta; Adelino Afonso Valente, Fornos; Manuel Augusto Brás, Freixo de Espada à Cinta; António Augusto Estácio, Freixo de Espada Cinta; Ismael de Jesus Silva, Brinço; Manuel António Matias, Podence; Guálter Benigno Pinheiro, Vila Nova; Ilídio Alfredo da Costa, Corujas; José S. Pedro Antão, Genísio; João Inácio Rafael, Barcel; António Manuel Morais, Avidagos; Manuel Fernandes Sobral, S. P. de V. do Conde; Francisco do Patrocínio Silva, Bemposta; Francisco Joaquim Morais, Soutelo; Armando Augusto Linhares, Bruçó; Luís Jacinto Soares, Vil. da Castanheira; Aníbal José Martins, Valverde; António de Jesus Martins, Felgar; Aurélio Araújo Ferreira, P. dos Castelhanos; Ramiro Afonso Pontes, P. dos Castelhanos; António dos Santos Pinto Amaral, Carvalho de Egas; Tito José Fernandes, Benlhevai; António Augusto Fernandes, Mirandela; Adérito José Fernandes, Trindade; Joaquim Gonçalves Fernandes, Oviedo; José Alberto Rodrigues Fagundes, Vale de Frades; João Baptista Cruz Castanho, Vale de Frades; José Ferreira Prada, Argoselo; Gualdemiro José da C. Lopes, Estevais - Mogadouro; Nuno Duarte dos Reis, Vilar Seco de Lombo; Fernando da A. Pires da Silva, Pinheiro Velho; Clemente Baptista Fernandes, Cidões; Manuel Carlos Dias, Fornos; António Manuel Fernandes, Ousilhão; Jerónimo de Azevedo Pires, Penso; António Albino Vaz das Neves, Ifanes.
Extracto do Suplemento do N.º 1341 do Mensageiro de Bragança, de 27 de Novembro de 1970, p. 29
(Foto: Monsenhor Ângelo Melenas no seu nonagésimo aniversário!!!)
Alunos do Seminário de S. José de Bragança (em 1920 continuaram em Vinhais):