quarta-feira, outubro 31, 2007

Amigos padres vão tombando: Belisário, José Francisco, José Valdemar


Num curto espaço de tempo, três sacerdotes, antigos alunos do Seminário de Vinhais (indica-se o ano de entrada), findaram os seus percursos de vida e de apostolado. Vamos lembrá-los, ainda que não tenhamos Fotos identificativas para todos eles (se algum dos nossos amigos possuir fotos, poderia enviá-las via E-mail)

A 12.10.2007, partiu o Padre Belisário Augusto Miranda (ano de 1952/53), cujo falecimento é noticiado pelo Mensageiro de Bragança (Um Clik sobre a imagem):



A 21.10.2007, foi a vez do P.e José Francisco da Fonseca Almeida (1939/40), notícia publicada por Mensageiro de Bragança a 25.10.2007:


P.e José Francisco da Fonseca Almeida

A 28.10.2007, depois de muitos anos de sofrimento, faleceu o Cónego José Valdemar Pires (1937/38).

Ver Editorial do Mensageiro de Bragança, de 01.11.2007

PARA TODOS ESTES ANTIGOS ALUNOS, QUE SEGUIRAM A VIA DA ORDENAÇÃO, amigos-seminario-vinhais expressa um "REQUIESCANT IN PACE". Para as respectivas famílias, os sentimentos de um profundo pesar.

quarta-feira, outubro 10, 2007

Vivam os talentos, a poesia e os valores!




São muitos os que pertencem a este "clube". Aqui está apenas uma amostra.
Hoje, e a iniciar, o nosso amigo Manuel Gouveia, Ex-Aluno, caloiro de 1953-1954, mandou-nos o seu testemunho, umas preciosidades poéticas, em que muita gente da nossa se espelha, quer pelo contexto em que os depoimentos se inserem, quer pelos valores que deixam transparecer.


Viva a revoada de 1953! E que fantástica revoada!



O Curso de 1953

Manuel António Gouveia

Em Setembro de1953, recebia o Seminário de Vinhais mais um grupo de rapazes predispostos à clausura, à disciplina e ao estudo, ao mesmo tempo que se propunham pôr à prova a vocação que antes os tocara.
Para esses valentes - eu incluído - escrevi e li, no encontro em que se completaram 50 anos sobre aquele ano lectivo, o soneto:


Os nossos cinquenta anos

Em mil novecentos e cinquenta e três,
Por um Setembro macambúzio e frio,
Aqui nos vimos p’la primeira vez,
De peito feito a enorme desafio.

Chegávamos de azul, preto ou xadrez,
Enjoados da Canhona e seu bafio.
-“Montar caloiros!” E assim se fez
Por alguns dias, fielmente, a fio.

Que viemos procurar no Seminário?
Que decisões tomámos ao contrário?
Onde é que param tantas esperanças?

Quantos silêncios, regras e deveres!
A reclusão, os santos, os temeres …!
Quantos cinquenta Invernos de lembranças!


Seminário de Vinhais, 27/06/2004


Depois foi a separação.

Ao fim de sete anos de caminhada (muitos, bem antes), durante a qual fomos fortalecendo cada vez mais a nossa amizade, eis que uns tomam a decisão de ficar pelo caminho, procurando rumos que consideram mais acertados - eu incluído -, enquanto outros, nunca se desviando do objectivo traçado, prosseguem firmes e determinados até ao fim.
Foi pensando em todos eles que escrevi os

Versos do meu adeus

Vou partir, meu Seminário,
Levo comigo um rosário
Dos dias que em ti passei.
Na tristeza e na alegria,
Hei-de rezá-lo a Maria
Como em ti sempre o rezei.

Levo sede na minha alma
Da tua profunda calma,
Dessa etérea mansidão.
Levo a luz do teu caminho
Para o meu tão pobrezinho,
Meu saudoso coração.

Levo o amor que tu me deste
Para comigo ficar.
É uma ventura celeste
Que em ti pude achar.

Meus queridos professores,
Companheiros, monitores,
Ao partir, levo alegria.
Nunca mais hei-de esquecer,
Na vida que vou a ter,
Vossa alegre companhia.

Adeus, recreios, carteira,
Dedicada companheira,
Capelinha em que rezei.
Alegrias, desenganos,
Tudo o que é fruto dos anos
Sempre na vida terei.

Agora, olhando o destino,
Vejo perto de Jesus,
Meu coração pequenino
Também numa cruz.


Seminário de Bragança, 19/06/1960
Manuel António Gouveia


OBS. Post levemente retocado em 18.10.2007