sexta-feira, junho 24, 2011

O RELATÓRIO do Encontro de 2010


















Assim fala quem sabe e quem se preocupa por todos os Ex-Alunos, mesmo estando distante de Vinhais, mas cheio de saudades deste berço. Também daqui desejamos ao Manuel Gouveia as maiores felicidades e tudo de bom para ele e caríssima família. Um abração dos Amigos.


"Caro C. A.:

Antes de mais, as melhores saudações, extensivas a todos os ex-colegas.
Contrariamente ao prometido há dias, quando do envio da Convocatória, não pude, por razões imprevistas, redigir o presente Relatório - o qual há bem tempo que deveria ter sido redigido.
Penitenciando-me por este atraso de um ano (!) e desejando-vos, mais uma vez, um são, alegre e produtivo convívio, despeço-me com amizade.

Manuel António Gouveia
"


"Relatório do 22.º Encontro dos ex-Seminaristas dos Seminários de S. José de Vinhais e de Bragança

Dando continuidade aos encontros anuais, realizou-se, como habitualmente, no último fim-de-semana de Junho – em 2010, 26 e 27 – o 22.º Encontro dos ex-Seminaristas dos Seminários de S. José de Vinhais e de Bragança, tendo-se cumprido o calendário previsto:
No sábado, 26, encontro às 16,00, nos locais habituais; o jantar com os celebérrimos chícharos com bacalhau e couves, às 20.00, e o convívio às 21,30 horas;
No domingo, 27, o ensaio do coro às 10,00; a Eucaristia às 11,00; a sessão cultural pelas 12,15; e o almoço às 13,00 horas.


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O encontro de Sábado, como acontece todos os anos, repartiu-se entre a sombra das tílias, frente ao café da vila; e entre a cerca demarcada pelo muro sobranceiro à latada e as traseiras do refeitório. À sombra das tílias, contaram-se umas sérias anedotas; na cerca demarcada, filosofou-se com entusiasmo.
Em ambos os territórios se assistiu a abraços e a perguntas como estas: “Então, como vai essa saúde?” ou “Então, que tens feito na vida?”, seguindo-se as mais adequadas e actualizadas respostas. Houve também caras das quais outras se não lembravam: “- Então, não te lembras de mim? Eu era o …”. “- Ah! Pois, já me lembro. Tu eras o … !”. E lá vinha o abraço.
Durante o jantar, que não esteve mau, prosseguiu a animada conversa vinda da tarde e do exterior. A boa comida e a boa bebida, no entanto, acalmaram um pouco a verbosidade – até porque, quando se come, não se fala e, quando se fala, não se come.
A seguir ao jantar, o convívio foi um bom pretexto para exibições vocais, instrumentais e poéticas, intervaladas por uma ou outra experiência de vida e uma ou outra anedota.
Ouviram-se vozes que não tremeram no dó de peito; e percebeu-se o firme dedilhar na guitarra e no cavaquinho, depois de uns solos na gaita-de-foles, ao longe.
Venceram o cansaço e o sono. E foi o deitar.
Depois, o acordar para, banhados e preparados, ensaiar os cânticos da Eucaristia que teve lugar, então, às 11.00 horas.
Presidiu à Eucaristia o nosso ex-colega Padre Bernardo, Capelão Coronel da Força Aérea. Há quanto tempo não víamos o Bernardo! Foram os abraços, foram as perguntas, foram as respostas!
A Eucaristia, um lenitivo: primeiro pela sua própria natureza; depois pelo ansiado momento de retomar os cânticos na língua em que se lia o “cartapácio” da Filosofia (para quem não se lembra – o Latim); e, finalmente, pelo ânimo, pela alegria, pela simpatia e boa disposição com que o celebrante conseguiu prender a nossa atenção, desde o primeiro ao último minuto.
Ele falou de si e de nós. Ele disse-nos, entre outras, estas coisas que deram e dão que pensar, aqui registadas, ao acaso: “ Todo o homem é imagem do homem”; “O padre é concelebrante. Vai pedir ao Senhor que nos ajude a olhar à nossa volta, a ter força suficiente como a gota de água que não quer regar além mas aqui”; “Aqui nos formámos. Aqui nos “formatámos” ou tentaram “formatar-nos”; “Todos temos uma vocação. A vocação é deixar-se a si para se dar aos outros”; “A escolha é exigente. Ao escolher uma parte, tem de se rejeitar a outra”; e, como que fazendo-nos notar o já longo percurso das nossas vidas, disse-nos também que, “por vezes, julgamos as coisas com a nossa experiência”.
E disse-nos mais, ao falar do nosso encontro como de uma “romagem de saudade, de fé e de amor”.


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Terminada a Eucaristia, rumámos à sala de convívio, onde o Cordeiro Alves nos apresentou uma projecção, tendo abordado o tema: “Retalhos e Perspectivas de (Re)Encontros”. Revelando, antes de mais, o desejo de continuidade dos nossos encontros e de nos compreendermos como “família”, esta abordagem centrou-se essencialmente nos valores que são comuns aos ex-Seminaristas – valores produto de uma educação que aqui lhes foi transmitida.
Após a projecção, retomou-se o problema da continuidade dos encontros, tendo-se concluído pela sua necessidade e, sempre que for possível, no Seminário de Vinhais.





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Continuou a conversa pelo almoço adentro. Um almoço bem servido e melhor apreciado, em que não faltaram: a alheira e o leitão, os bolos, a fruta da época e o bom vinho.
Foi evidente a camaradagem e o recordar cada vez mais os tempos que já não voltam, mas que, ao recordá-los, nos fazem parecer sempre as crianças e os jovens que fomos, enquanto assumimos sem dificuldade as marcas da nossa passagem por esta casa.
No final do almoço, vários participantes tomaram a palavra: o Albano Mesquita fez saber a sua opinião de que este encontro lhe pareceu ser o mais fraco de todos, enquanto lembrava a necessidade de se passar a mensagem apelativa para que muitos mais compareçam; o Falcão reforçou esse apelo e foi de parecer que os encontros, apesar de termos de contar com algumas dificuldades, continuam a ser viáveis; o Cordeiro Alves, depois de invocar “os amigos que já partiram”, salientou a necessidade de, por estes encontros, se continuar com a chama da amizade, num ambiente de perenidade e sonho e interrogou-se quanto ao nosso futuro. A propósito do blog, informou que tem havido muitas visitas, contudo marcadas pela ausência de comentários. Apelou para que fossem enviadas notícias e comentários, o que muito contribuirá para o seu enriquecimento.

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Concluída mais esta caminhada, foram os últimos abraços, o desejo de um bom regresso e um caloroso “Até para o ano!”.

Seminário de S. José de Vinhais, 24 de Junho de 2011
Manuel António Gouveia "


O Manuel Gouveia é tão pormenorizado e realista, que nos conduziu, em filme, aos nossos espaços, tempos, sentimentos e vivências do passado e do presente!


Um grande obrigado para ele!

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