terça-feira, julho 01, 2014

Um TEXTO do Virgílio com um abraço para todos os presentes no Encontro 26.º


Um HOMEM determinado!

O nosso Virgílio, animador entusiasta dos Encontros de Ex-Alunos, dirige-se a todos nós, os presentes, procurando fazer uma análise objectiva do evento e clarificando os seus pontos de vista sobre uma temática abordada no jantar de Sábado. Transcreve-se, na íntegra, o seu Texto:
"Caríssimos amigos e companheiros
Alguns dias após o nosso Encontro anual, eis-me aqui a falar convosco, em troca de palavras que mais não são do que um desfiar de agradáveis sensações tornadas possíveis no nosso convívio do passado fim de semana.
Este ano, gostei imenso de ter ido a Bragança e por diversos motivos.
Antes de mais porque a receção foi ótima, não só por parte do Sr. Reitor, mas também pelo Senhor Bispo que teve a amabilidade de se encontrar connosco largos minutos antes da Eucaristia. A Pastoral da Diocese não se compadece com interesses particulares e Sua Ex.ª Reverendíssima teve de demandar terras de Miranda, para outro encontro de fiéis devotos da Virgem Senhora do Naso. 
As refeições também primaram pela qualidade e quantidade e até pelo imprevisto de sermos atenciosamente servidos, ao almoço, pelo querido casal Raposo – a Laura e o Emílio – que foram inexcedíveis. Mereciam muito mais, mas, à falta de melhor, fica esta referência elogiosa que é sincera e verdadeira. O número de convivas não era muito elevado, mas em quantidade suficiente para podermos concluir que poderá crescer nos próximos encontros. Foi notória a falta de alguns, principalmente o Gouveia da Parada, mas houve uma presença que nos encheu de alegria a todos – o Gouveia de Mirandela, acompanhado sempre pelo desvelo do seu filho António. Um exemplo a reter. E Claro… o Martins acompanhado do seu bandolim a homenagear o Ramiro Pontes, o Zé Joaquim com o seu acordeão e cá o rapaz a matar saudades da viola em tão boas companhias. Só faltou a voz do Albano que se deixou fraquejar a um ataque gripal… passageiro. Os cânticos da Eucaristia, no domingo, também não estiveram mal, mas aquele órgão é difícil de controlar e nem a dois – Martins e Toni – foi possível pô-lo a modos de maior suavidade. Apenas um senão que já é uma saudade dos encontros de Vinhais … aquela igreja vazia de fiéis deixa a gente de alma desconsolada e a cantar com menor emoção!!!
Deixo para o fim o assunto que por mim foi abordado na ceia de chícharos. Manifestei o meu desacordo com a publicação, pelo Mensageiro de Bragança, de dois artigos sobre a Maçonaria – o 1º relativamente a um candidato a Grão Mestre em próximas eleições e o 2º sobre a vitória desse mesmo candidato nas mesmas. A propósito desse meu desacordo, afirmei que o Mensageiro não deveria ter feito essa propaganda pelo facto de estar a beneficiar uma entidade que na História de Portugal foi perseguidora da Igreja portuguesa e responsável pela nacionalização de muitos bens de Instituições Religiosas, concretamente as Ordens Religiosas e as Dioceses.
As discordâncias foram muitas: 1) Que eu não tinha razão; 2) que o problema era de ética; 3) que a Maçonaria não exclui os católicos; 4) Que o jornal Nordeste teria referido o mesmo assunto; 5) que na Igreja também há uma sociedade secreta, a Opus Dei.
Perante isto… só tenho de concluir que, ou não me fiz entender, ou não entenderam o que disse em voz bem audível.
Antes de mais, convém recordar que não ataquei ninguém e afirmei a liberdade de cada qual poder inscrever-se na Maçonaria, como eu sou livre de continuar católico sem tergiversações.
E agora eu volto a perguntar: Pode ou não pode o Mensageiro publicar o que publicou? Tanto pode, que concretizou a publicação de textos laudatórios sobre um maçon que era candidato a Grão Mestre. Mas deve ou não deve fazê-lo? Na minha opinião, não o deveria fazer pelas razões históricas que antes apontei e por se tratar de uma sociedade que nada tem a ver com os objetivos do Mensageiro – um semanário regionalista e, principalmente, promotor dos ideais evangélicos da Religião Católica, fundada por Jesus Cristo. É ou não ético proceder de acordo com os princípios normativos do seu estatuto? Ou a ética está sujeita aos interesses e conveniências de cada um? Com certeza que a Maçonaria aceita católicos e lá sabem porquê… mas a Igreja é que não permite a inscrição de católicos em lojas maçónicas e, se o fizerem, terão as consequências previstas no Direito Canónico para tais atos, dado que se trata de uma sociedade formada por pessoas defensoras do agnosticismo e não crentes no Sobrenatural.
Para já, é o que se me oferece dizer.

Um abraço para todos".

Se entrássemos pelo campo filosófico, O Virgílio assume uma posição anti-relativista, a todos os títulos louvável, e defende os seus princípios e ideais axiológicos sem hesitação. Eis um exemplo de verticalidade, quer perante a dimensão ética, quer perante a interpretação histórica do percurso eclesial. Muito nos ensina este SENHOR! (Claro, só aprende quem quiser...). Grande Obrigado, com repimpado abraço!

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