O nosso amigo Virgílio do Vale envia-nos uma "reportagem" sobre o 1.º Congresso Nacional de Ex-seminaristas. A sua descrição vale mais que a foto picada aqui. Leiam para ficarem com uma ideia global do que lá se passou.
"Caríssimos colegas de jornadas vinhaenses:
Nos passados dias 24,25 e 26 de Abril, eu e mais alguns companheiros, rumámos a Fátima para participar no Congresso dos Antigos Alunos dos Seminários: Se a memória me não atraiçoa, era o Fernandes da EDP, o Martins de Coelhoso, o Cordeiro Alves, o Felgueiras, o Falcão, o Diamantino Alves, o Albérico, o Ruivo, o António Manuel Correia, o António Estácio, o Armando Linhares e este vosso amigo Virgílio.
Cá por mim, direi que não é fácil expressar o que se sente quando pisamos a terra do Santuário de Fátima e mais difícil se torna se, simultaneamente, os companheiros de jorna são antigos seminaristas. Há um misto de saudade, de alegria e de esperança, com base numa amizade intuída, expressa em sorrisos abertos, como se nos conhecêssemos há décadas.
Cheguei na véspera, para poder fazer uma viagem mais calma e tive um acolhimento respeitoso na Casa de Retiros de Nossa Senhora do Carmo. No dia 24, dirigi-me ao Centro Pastoral Paulo VI onde iria iniciar-se o Congresso sob o tema “Da Memória à Profecia”. Em termos gerais, como aliás se expressa na letra do Hino, tratou-se de recordar tempos idos, reflectir sobre a realidade actual e projectar para o futuro um olhar de esperança, aproveitando a experiência de muitos milhares de antigos alunos que mantêm a chama da Fé e o espírito de Igreja.
Começou o Congresso com apresentações, saudações amigas e alguns encontros surpreendentes porque inesperados. E seguiram-se dois dias em que intervieram diversos conferencistas, sacerdotes ou ex-seminaristas e, de entre todos eles, ficaram-me na memória as comunicações do Dr. João Duque que é, apesar de leigo, o Director da Faculdade de Teologia da Universidade do Minho. Fez uma reflexão sobre o papel dos seminários no passado, como formadores de padres e, sobretudo de cidadãos que, por serem originários de famílias pobres, não teriam outra hipótese de estudar e se formar a não ser através do ingresso e frequência do Seminário. E discorreu sobre o papel dos seminários nos dias de hoje, muito menos frequentados e quase só por aqueles que, em princípio, poderão vir a ordenar-se.
Também gostei de ouvir o Bispo do Porto e, principalmente, Mons. Luciano Guerra que discorreu sobre a génese e desenvolvimento das vocações. Uma lição de verdadeira sapiência.
Houve mais intervenientes o último dos quais foi o Dr. Bagão Félix mas sobre o seu discurso nada direi porque já não assisti, devido a motivos familiares.
De referir também que, na noite do dia 25, teve lugar um animado sarau de variedades ao qual assistiu bastante gente.
E é tudo por hoje,
com um até breve
Virgílio do Vale"